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Os Centros de Estudos de Línguas do Estado de São Paulo (CEL) foram criados pelo Decreto nº 27.270, de 10 de agosto 1987, com o objetivo de “proporcionar aos alunos diferentes oportunidades de desenvolver novas formas de expressão linguística; enriquecer o currículo das escolas públicas estaduais; superar a situação de monolinguismo vigente na escola pública estadual.” Segundo este decreto, em seu Art. 1º, os CEL têm por “finalidade proporcionar aos alunos das escolas públicas estaduais uma possibilidade diferenciada de aprendizagem de várias línguas estrangeiras modernas.”

Além disso, a Resolução SE nº 44/2014 1, publicada em 14/08/2014, enfatiza a importância do ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras nos dias de hoje: Seção I – CEL - como espaço de enriquecimento curricular que visa a assegurar aos alunos da educação básica oportunidade de desenvolvimento, ampliação e aprimoramento de novas formas de expressão linguística;

§ 1º - O CEL tem como objetivo proporcionar aos alunos enriquecimento curricular, mediante estudos opcionais de línguas estrangeiras modernas. Desde o início do funcionamento dos CEL, os documentos oficiais foram reforçando, reconhecendo e institucionalizando as ações voltadas para o oferecimento de cursos de línguas estrangeiras aos alunos da rede estadual de ensino, o que será detalhado mais adiante.

Além disso, aos professores e equipes gestoras têm sido oferecidas oportunidades de formação em serviço (em sessões presenciais e a distância), supervisão, acompanhamento e apoio para a realização de projetos locais nas escolas onde os CEL funcionam.

As ações desenvolvidas para a divulgação dos cursos vão desde a visita às salas de aula feita por alunos e professores até a divulgação mais ampla junto à comunidade. A elaboração de um documento apresentando Diretrizes Curriculares para os Centros de Estudos de Línguas do Estado de São Paulo deve, portanto, levar em consideração essa história e o envolvimento de todos os responsáveis e tem por objetivo geral definir os princípios norteadores do trabalho para explicitar:

• As diretrizes gerais para a elaboração dos programas de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras visando à efetivação do projeto pedagógico dos CEL face às demandas de formação linguística, social e cultural dos dias de hoje;

• Os princípios que permitam aos sujeitos diretamente responsáveis pela implantação do projeto pedagógico dos CEL a realização de ações que promovam a reflexão e formação crítica do público-alvo;

• As ações que promovam o espaço dos CEL como espaço de convivência, de relações interpessoais, de socialização de conhecimento e de aprendizagem realizada por meio do contato da língua materna com outras línguas e culturas, segundo uma perspectiva plurilíngue;

• As ações que favoreçam a formação integral, participativa, crítica e plurilíngue dos alunos no contexto da sociedade contemporânea. Estes princípios e sua filosofia estão regidos pela Diretriz Curriculares dos CENTROS DE ESTUDOS DE LÍNGUAS que propõe o desenvolvimento integral dos estudantes para atuarem como cidadãos conscientes no mundo.

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Filosofia

METODOLOGIA, REGULAMENTAÇÃO E FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Os CEL estão vinculados à Secretaria de Estado da Educação e, nesse sentido, são regidos por princípios 49720033 CEL_ 7 12/11/2020, definidos na legislação brasileira sobre a educação básica e nos Parâmetros e Orientações Curriculares específicos da área de formação em línguas estrangeiras. É a partir dessas diretrizes que é possível compreender, discutir e definir os princípios didático-metodológicos que orientarão a elaboração das Diretrizes Curriculares de Línguas Estrangeiras Modernas - LEM para os Centros de Estudos de Línguas do Estado de São Paulo.

Acrescidas a essas referências, é preciso trazer as reflexões desenvolvidas no âmbito da didática das línguas estrangeiras, apresentadas em publicações recentes de especialistas da área que discutem a formação em língua estrangeira.

Tal formação deve estar baseada nas demandas e necessidades atuais de comunicação oral e escrita em diferentes contextos, sob a perspectiva da abordagem do ensino e aprendizagem de línguas para a ação-comunicação, à luz de princípios que regem projetos plurilíngues e pluriculturais.

Deve-se considerar, também, algumas das especificidades desse contexto que determinam a particularidade do projeto pedagógico e seus desdobramentos, relativos à formação contínua dos professores para atuarem nos CEL, à estrutura dos cursos, à definição de objetivos de aprendizagem, à progressão de conteúdo de um nível para outro, aos materiais e documentos utilizados, aos projetos desenvolvidos e ao sistema de avaliação, correspondentes às ações a serem realizadas.

O ensino do alemão, espanhol, francês, italiano, japonês e mandarim, com carga horária de 480 horas, não integra a grade curricular da educação básica.

Estas línguas são oferecidas nos CEL como atividade opcional e complementar à formação do aluno e, nesse sentido, apresentam particularidades relacionadas ao programa e estratégias de ensino e aprendizagem, aos mecanismos de avaliação dos conhecimentos e competências adquiridos e, evidentemente, à progressão dos alunos de um nível a outro.

No caso do inglês, que integra a grade de disciplinas do ensino regular, há um foco maior no desenvolvimento da competência oral.

Além desses aspectos, é preciso considerar o perfil do aluno dos CEL e como as LEM podem contribuir para sua formação diante dos desafios colocados pela sociedade contemporânea, relacionados a uma formação integral, participativa, crítica e plurilíngue para o mundo do trabalho. A elaboração de programas de ensino para o desenvolvimento de competências linguísticas, discursivas, pragmáticas e socioculturais, além da definição dos sistemas de avaliação específicos para os CEL.

Em se tratando do ensino de línguas estrangeiras, é necessário considerar documentos mais gerais sobre referenciais de ensino e aprendizagem que vem sendo publicados em contextos fora do Brasil, como é o caso do Quadro Europeu Comum de Referência para o Ensino de Línguas (QECR) e do Quadro de Referência para as Abordagens Plurais de Línguas e Culturas (CARAP). Mesmo que esses documentos tenham sido redigidos a partir de dados da realidade europeia, os textos trazem contribuições interessantes para desencadear reflexões sobre a concepção de programas de ensino e aprendizagem que considerem o desenvolvimento da linguagem voltado ao agir social do aprendiz, sob uma perspectiva crítica e plurilíngue, inserindo-o em contextos diversos ligados ao seu cotidiano: escolar, de trabalho, cultural e social.

Aos professores cabe a tarefa de selecionar e preparar o material pedagógico (incluindo avaliações) para ser utilizado nas aulas, definir estratégias de utilização e elaborar projetos com seu grupo/classe e/ou com turmas estudando outras línguas. Um bom exemplo é o projeto da Festa das Nações, que é realizado em vários CEL. Na Resolução SE nº 44, de 13/08/2014 (republicada em 22/08/2014): § 1º - O CEL tem como objetivo proporcionar aos alunos enriquecimento curricular, mediante estudos opcionais de línguas estrangeiras modernas. Com o fortalecimento dos CEL e com a oferta de cursos em várias línguas estrangeiras professores, alunos e a comunidade têm atuado conjuntamente, com mais frequência, em projetos interdisciplinares integrados às outras ações que a escola desenvolve. A integração com a comunidade é uma característica específica dos CEL e ocorre, sobretudo, a partir do envolvimento e compromisso do professor. Além dos projetos pedagógicos, em muitas situações, é o professor, juntamente com o Professor Coordenador do CEL, responsável por mobilizar a comunidade para garantir a inscrição dos alunos nos cursos de LEM de um semestre para outro.

No que se refere aos conteúdos dos programas de ensino de LEM nos CEL, o professor deverá elaborar seu plano de trabalho docente, levando em consideração o vínculo com o contexto no qual o CEL está inserido e as necessidades de suas diferentes turmas. Dos aspectos descritos, os seguintes princípios orientaram a elaboração das Diretrizes Curriculares dos CEL:

• desenvolver competências linguísticas, discursivas, pragmáticas e socioculturais;

• aprender a compreender e expressar-se utilizando diferentes linguagens;

• desenvolver as competências de compreensão e expressão dentro da perspectiva de uso da língua a partir de seu contexto social e do agir social que seu aprendizado possibilitará;

• reconhecer as variantes da língua e as relações culturais que elas significam;

• desenvolver a competência intercultural e plurilíngue;

• favorecer o desenvolvimento da autonomia, da criatividade, do pensamento crítico.

Partindo desses princípios, o ensino e aprendizagem das LEM nos CEL, considerando as diferentes práticas de linguagem, devem explicitar o conjunto de atividades que serão desenvolvidas visando a apropriação de saberes e competências, levando o aprendiz a um processo progressivo de autoavaliação e reflexão metacognitivas.

USO DAS TECNOLOGIAS PARA O APRENDIZADO

Com o advento da Internet, dos recursos tecnológicos, das redes sociais, a comunicação no cotidiano pessoal, familiar, escolar e de trabalho passou por diversas mudanças que acarretaram transformações de comportamento cotidiano. A rapidez com que se encontra uma informação e o uso do celular são ações frequentes que se incorporaram ao dia a dia. Mesmo considerando alguns exageros que podem acarretar a dependência de alguns recursos tecnológicos, não se pode deixar de reconhecer que essa presença que está também na sala de aula. Mas, o fato de se utilizar cada vez com mais habilidade esses recursos facilita o uso das tecnologias na sala de aula? Não necessariamente. Ao se retomar a evolução das tecnologias no ensino e aprendizagem de línguas, é possível assinalar as dificuldades de adaptação para a utilização de recursos tecnológicos como os textos midiáticos, o uso ético e crítico das mídias sociais, e outros.

Nesse sentido, o primeiro aspecto que deve ser ressaltado é que aprender tecnicamente a usar um equipamento ou um recurso não significa saber usá-lo de forma pedagógica, para que a tecnologia represente uma ferramenta a serviço da aprendizagem e não o contrário. Para Freire e Leffa (2013: 34): “o que interessa para a educação é a qualidade do instrumento de mediação - seja do suporte físico como o livro ou a internet, seja da linguagem transportada por esse instrumento, como a verbal ou a imagética”. Assim, é necessário compreender quais são as situações nas quais a(s) tecnologia(s) pode(m) contribuir para o desenvolvimento de competências orais e escritas no ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras. Este aspecto é fundamental para que se possam definir os eixos que orientariam uma formação de professores em TIC. Um segundo aspecto se refere ao perfil do aluno (usuário da Internet). Segundo Braga (2013, p. 51) esses alunos “mesmo sem sair de seu próprio espaço geográfico, têm a possibilidade de usufruir uma ‘imersão linguística virtual’ que permite o acesso a situações reais de uso da língua”, especialmente por meio de sua participação em redes sociais e outras situações de comunicação on-line.

Os usuários/alunos estão em contato com uma série de documentos disponíveis na rede podendo utilizá-los para o seu uso cotidiano e/ ou aprendizado. No que se refere a este último, é no ambiente escolar que o aluno poderá aprender a pesquisar, compreender, selecionar e classificar documentos segundo objetivos de aprendizagem. Tais habilidades são transversais ao ensino de modo geral e, no ensino de línguas estrangeiras, são momentos específicos nos quais o professor pode desenvolver o trabalho de estratégias de compreensão oral e escrita, entre outras atividades. Um terceiro aspecto, se refere ao trabalho do professor, a procedimentos metodológicos que o professor deve adotar para o uso das tecnologias, em particular, dos recursos da Internet, enumerados a seguir:

1. a organização e a apresentação clara das etapas da sequência da atividade para favorecer a apropriação pedagógica do que se espera ser desenvolvido e os critérios de avaliação;

2. a sugestão de atividades complementares, sites em LEM para colocar à disposição do aluno o que existe na Web e pode ser aproveitado o aperfeiçoamento da aprendizagem;

3. a criação de projetos que utilizem as tecnologias que possam trabalhar três dimensões: o linguístico, o tecnológico e o metodológico. A título de exemplificação: “Um professor propõe a seus alunos uma pesquisa sobre um tema da atualidade ligado à cultura da língua estrangeira estudada. Para isso os alunos deverão realizar uma pesquisa na Internet. A atividade final é a apresentação de um seminário em slides sobre o tema escolhido”. Neste exemplo, as três dimensões seriam assim entendidas:

• linguístico – a pesquisa é feita na LEM e os alunos devem mobilizar suas capacidades de leitura e compreensão dos textos encontrados.

• tecnológico – o professor sugere etapas para a realização de uma busca na Internet. Sabemos que a prática de copiar/colar (ou o plágio) é feita e que não é óbvio que o aluno saiba buscar, selecionar, recortar e reformular o que encontrou;

• metodológico – desenvolvimento das etapas para aprender a apresentar um seminário em slides: plano da apresentação; justificativa do interesse pelo tema; itens que foram selecionados e conteúdos a eles relacionados; conclusão; referências bibliográficas.

Avaliação

Avaliar em línguas estrangeiras significa, em termos gerais, levar em consideração o desenvolvimento do aprendiz:

• na totalidade dos objetivos e conteúdos desenvolvidos;

• nas competências orais e escritas, por meio da realização de projetos pedagógicos, tarefas comunicativas, atividades e exercícios, entre outros;

• nas capacidades de linguagem adequadas a cada contexto e situação de comunicação oral ou escrita;

• nas produções orais e escritas, por meio de diferentes instrumentos de avaliação em relação aos objetivos, as competências desenvolvidas em cada nível;

• nas competências interculturais que permeiam as atividades, focalizando sua capacidade de conhecimento, reconhecimento e interação com a(s) cultura(s) de línguas estrangeiras. A formação contínua do professor em avaliação tem como objetivo refletir, discutir, elaborar, analisar e interpretar produções sobre o que foi desenvolvido visando estabelecer os parâmetros que atestem e qualifiquem o aprendizado dos alunos.

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